sexta-feira, 29 de abril de 2016

Grau superlativo




Por Emerson Santiago

Em língua portuguesa, chamamos grau superlativo o instrumento reservado aos adjetivos para expressar a qualidade de pessoa ou coisa que se destaca de todas as outras similares. Por exemplo, costumamos dizer que uma comida é boa, mas caso vejamos que não existe uma comida que possa competir com esta, dizemos que tal comida é a melhor dentre todas as outras.

É sempre importante lembrar que os adjetivos mantêm uma estreita relação com os substantivos, tendo a função de caracterizá-los, apresentando, assim, características referentes a número, gênero e grau. No caso das particularidades pertinentes ao grau os adjetivos estão subdivididos assim:

Grau comparativo, cuja finalidade é comparar a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas a um mesmo ser. Este grau por sua vez se divide em grau comparativo de igualdade, destinado a estabelecer igualdade entre duas coisas ou pessoas; grau comparativo de inferioridade, que estabelece inferioridade numa relação comparativa, e o seu oposto, o grau comparativo de superioridade.


Além do comparativo, temos o grau superlativo, destinado a atribuir uma característica de maior intensidade, de forma relativa ou absoluta. O grau superlativo está dividido em dois grupos: o relativo e o absoluto.

No grau superlativo relativo, a intensificação é feita em relação a todos os demais integrantes do conjunto. O superlativo relativo pode ser ainda dividido em dois diferentes tipos:

Superlativo relativo de inferioridade – estabelece relação superlativa de inferioridade (o “menos” ou o “menor” se comparado com todos os outros do grupo).
Superlativo relativo de superioridade – estabelece relação superlativa de superioridade (o “mais” ou o “maior” se comparado com todos os outros do grupo).
No grau superlativo absoluto, a característica é sublinhada de modo exagerado. Assim como a forma superlativa, está dividida em duas formas específicas:

Superlativo absoluto analítico – o destaque é assinalado pelo emprego de certos termos que denotam ideia de acréscimo. Tal modalidade é expressa por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos ao adjetivo.

Somos excessivamente otimistas.

É um criminoso extremamente violento.

Superlativo absoluto sintético – é marcado pelo uso de sufixos, tais como -íssimo, -rimo, - imo. O superlativo absoluto sintético pode se apresentar sob duas formas : uma erudita, de origem latina e outra popular, de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo latino combinada aos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo:

José é magérrimo.

A forma popular é formada pelo radical do adjetivo português combinada ao sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo:

Ferrari é um carro caríssimo.

Alguns superlativos normais sofreram, com o tempo, uma mudança na grafia, consagrada principalmente pelo uso popular: então, antes tínhamos - seriíssimo, precariíssimo, necessariíssimo – formas que hoje são grafadas: seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo.

Um comentário:

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